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Medidas e medições para todos

Crónicas de reflexão sobre medidas e medições. Histórias quase banais sobre temas metrológicos. Ignorância, erros e menosprezo metrológicos correntes.

Medidas e medições para todos

Crónicas de reflexão sobre medidas e medições. Histórias quase banais sobre temas metrológicos. Ignorância, erros e menosprezo metrológicos correntes.

RESOLUÇÕES METROLÓGICAS

RESOLUÇÕES METROLÓGICAS

“Crivos e peneiros”

 

“Alta resolução” e “alta definição” são expressões frequentes nos tempos que correm.

A “alta resolução”, ou “alta definição”, transforma o que era uma mancha negra na camisola de cor clara, no visor, por exemplo, da TV, num símbolo ou imagem facilmente identificável pelos telespectadores.

Quanto mais apertada for a malha de um crivo ou peneiro, mais fácil é detetar e identificar os grãos mais pequenos de uma farinha, de uma areia, de um material granular, ou material pulverulento (constituído por pós).

Resoluções, há muitas. Algumas são “resoluções metrológicas”.

Como outros termos usados em Metrologia, resolução é termo ou palavra usada em outros domínios. Todavia, mesmo no domínio da Metrologia, o VIM 2012 (Vocabulário Internacional de Metrologia, de 2012) define duas “resoluções metrológicas”.

Frequentemente, um visor ou mostrador de um instrumento de medição poderia apresentar mais casas decimais do que as que efetivamente apresenta: as funcionalidades efetivas do instrumento resultam das decisões dos projetistas que conceberam o mesmo instrumento.

Por exemplo, a maior parte das balanças de supermercado tem visores onde só são possíveis três casas decimais, três dígitos ou algarismos à direita da vírgula: 2,345 kg; 0,870 kg; 2,745 kg, por exemplo.

Estas balanças só mostram o peso até ao grama. É provável que, em algumas delas, se houvesse mais posições no visor, mais casas decimais poderiam ser exibidas.

Com frequência, a resolução (I) de um instrumento é melhor do que a resolução do (seu) dispositivo afixador/mostrador (II). Frequentemente, o dispositivo afixador, o visor, não tem janelas suficientes para apresentar todos os algarismos apurados pelo sistema (interno) do instrumento.

Muitos instrumentos do mesmo tipo e natureza têm resoluções diferentes: a balança do supermercado e a balança do joalheiro; a régua do aluno do primeiro ciclo e o paquímetro do serralheiro mecânico; o temporizador que usamos na cozinha e o cronómetro do juiz da corrida.

Um grão de arroz (indicativamente com peso de 0,02 g, 2∙10−2 g, 20∙10−3 g, ou 20 mg), colocado sobre o prato de uma balança de supermercado onde já está um peso de 562 g – mas poderia ser zero grama (0 g) –, não alterará o valor indicado no visor.

Uma balança de pesar fruta não mostra diferença de peso, por exemplo, entre um anel com 6,457 g e outro com 6,468 g. Uma balança destas não discrimina os pesos daqueles anéis, não pode detetar e medir 0,011 g, onze miligramas, (6,468 g – 6,457 g = 0,011 g = 11∙10−3 g = 11 mg), a diferença de peso dos dois anéis. A resolução desta balança não evidenciaria a diferença, por não ter essa capacidade. Seguramente, o seu visor (dispositivo afixador) não o permitiria (resolução do dispositivo afixador).

Com uma régua comum não conseguimos distinguir a diferença das espessuras de dois paus de fósforos de uma mesma caixa; com um micrómetro (instrumento), é certo que detetaríamos a diferença.

A resolução do olho humano é, indicativamente, de 0,1 mm e, para ser melhorada o mesmo olho pode ser ajudado, por exemplo, com uma lupa ou com um microscópio. É a reduzida resolução do olho humano (“vista” é outra coisa) que torna difícil encontrar os pequenos objetos que eventualmente deixamos cair no chão.

 

2017-11-23

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