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Medidas e medições para todos

Crónicas de reflexão sobre medidas e medições. Histórias quase banais sobre temas metrológicos. Ignorância, erros e menosprezo metrológicos correntes.

Medidas e medições para todos

Crónicas de reflexão sobre medidas e medições. Histórias quase banais sobre temas metrológicos. Ignorância, erros e menosprezo metrológicos correntes.

MEDIR EM GRANDE

MEDIR EM GRANDE

Medir o grande e o pequeno

 

Medir a distância da Terra à Lua, medir a capacidade de um petroleiro, ou a velocidade de deslocamento dos continentes, ou das placas tectónicas, não são processos banais.

Como não são processos banais medir a idade da Terra, o tamanho do Universo e a velocidade da luz.

Também sabemos quantos somos, contamo‑nos a nós próprios, coisa que outros primatas – para os não primatas será ainda mais improvável – parece não saberem fazer.

Medir a capacidade de um petroleiro tem interesse reconhecido por todos. Mas, para que serve medir a distância da Terra à Lua? – para lá irmos?! E a velocidade de deslocamento dos continentes? Quem desejar viajar deverá fazê-lo já porque alguns continentes que se aproximam entre si demorarão demasiado tempo a ficar próximos.

Tendo-se libertado da grande quantidade de gelo que as cobriam, há cerca de dez mil (10 000) anos, algumas montanhas da Escandinávia ainda sobem um centímetro (1 cm) por ano.

Há mais de dois mil anos, Eratóstenes mediu o diâmetro da Terra, conquanto ela não seja uma esfera perfeita. E mediu-o (indiretamente) com uma exatidão (precisão) apreciável.

Méchain, no fim do século XVIII, mediu a distância de Dunquerque a Barcelona – ele e outros levaram cerca de dois anos a fazê-lo – para deduzir a medida do meridiano terrestre e daí o metro (unidade) que havia sido definido como o décimo milionésimo (0,000 000 1=10−7) do quarto do meridiano terrestre.

Méchain, um dos cientistas hipotecados ao processo, cometeu um erro e o metro ficou dois décimos do milímetro (0,2 mm) mais pequeno do que seria se não tivesse sido cometido tal erro!

Mede-se a temperatura de uma estrela, a distância a que está uma nebulosa e a data do óbito de um dinossauro.

Podemos medir a altura de uma torre sem lá ir; a largura de um rio sem o atravessar, ou a temperatura de um metal fundido, num forno, sem lá entrar.

Também medimos, indiretamente, calculando algumas grandezas através de outras que já conhecemos.

Para conhecer um triângulo não é necessário medir todos os seus lados: conhecendo um lado e os dois ângulos adjacentes podemos calcular os dois lados restantes: fazemos medições indiretas (dos lados restantes). Os triângulos* são provavelmente as figuras geométricas mais interessantes, mais úteis e mais frequentemente usadas em Metrologia.

Não precisamos de ir à fonte do relâmpago para saber a que distância está a origem do trovão. Pelo intervalo de tempo entre o relâmpago (sinal luminoso) e o trovão (sinal sonoro) e o conhecimento da velocidade do som**, calculamos a distância a que estamos da descarga elétrica – a fonte, ou origem do relâmpago.

 

*”Triangulação” é a técnica frequentemente usada para o “levantamento topográfico” – determinação e medição da geometria – de terrenos, territórios e outras superfícies.

 

**E considerando, para este propósito, a velocidade da luz infinita.

 

2018-12-06

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