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Medidas e medições para todos

Crónicas de reflexão sobre medidas e medições. Histórias quase banais sobre temas metrológicos. Ignorância, erros e menosprezo metrológicos correntes.

Medidas e medições para todos

Crónicas de reflexão sobre medidas e medições. Histórias quase banais sobre temas metrológicos. Ignorância, erros e menosprezo metrológicos correntes.

MEDIÇÕES QUE FAZEM OBESOS

MEDIÇÕES QUE FAZEM OBESOS

Não é obeso quem quer

 

Não está obeso quem quer, alguns, só depois de se pesarem.

Algumas medições fazem, ou criam obesos, ou outros pacientes.

As disfunções fisiológicas geram os doentes, as medições fazem os pacientes.

Alguns de nós, combinando os resultados de algumas medições, descobrimo-nos obesos.

Ser ou não ser obeso é uma questão de critério, de condições preestabelecidas.

Há medições que poderão fazer-nos obesos, apesar de não parecermos gordos. Estar gordo é uma aparência; estar obeso é uma circunstância técnica, dependente de medições e da interpretação dessas medições, com base em critérios eventualmente polémicos.

Quem diz obesidade, diz outras situações de risco para a saúde.

Aliás, estar com saúde não augura nada de bom, dizia alguém.

Não somos produtos de uma linha de produção onde a dispersão de resultados é cuidadosamente vigiada e um desvio aos critérios estatísticos é uma anomalia.

Contudo, o que entre os seres vivos for anormal, poderá não ser anomalia, disfuncionalidade, ou avaria, como nos artefactos, ou produtos artificiais, criados pelos humanos.

Todavia, um médico, hoje, geralmente não se afoita a diagnosticar sem medir, ou sem mandar fazer medições: peso, pressão arterial, colesterois, glicemia, entre outras medições.

O diagnóstico médico está cada vez mais alicerçado em medições; os sintomas são geralmente confirmados/infirmados pelas medições. Frequentemente, perante as medições, os sintomas passam para segundo plano.

As maleitas criam os doentes, as medições geram os pacientes.

Dantes, só os doentes iam ao médico, hoje, muitos dos que vão ao médico não são doentes, vão só fazer medições, ou procurar requisições para medições: são pacientes, duplamente pacientes se têm de esperar longamente e com resignação pela consulta.

Anúncios e recomendações garantem que não se deve exceder 800 mg (oitocentos miligramas, um pouco menos do que um grama, 1 g = 1000 mg) disto ou daquilo, por dia; como se comêssemos em laboratório, sabendo o que ingerir, quando e quanto!

Frequentemente, não vamos à consulta sem os relatórios das medições que foram feitas a substâncias presentes no sangue ou na urina, por exemplo.

Também na estrada, em geral, as transgressões não dependem das impressões, avaliações ou decisões das autoridades, são determinadas por medições: a velocidade e a alcoolemia, por exemplo.

Estar com 1,3 g de álcool por cada litro de sangue (1,3 g/L) não é a mesma coisa que estar bêbado, contudo é crime.

Os resultados de algumas medições, se feitas por autoridades, poderão fazer de alguns de nós criminosos. Esqueçamos a antiga classificação: etilizado, alcoolizado, ébrio, embriagado, bêbado: o que vale é a taxa de alcoolemia, medida com o alcoolómetro, ou bafómetro, como dizem os brasileiros.

 

Nota: Este texto não é um desabafo em relação aos métodos de prevenção da saúde!

 

2015-10-01

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