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Medidas e medições para todos

Crónicas de reflexão sobre medidas e medições. Histórias quase banais sobre temas metrológicos. Ignorância, erros e menosprezo metrológicos correntes.

Medidas e medições para todos

Crónicas de reflexão sobre medidas e medições. Histórias quase banais sobre temas metrológicos. Ignorância, erros e menosprezo metrológicos correntes.

SI E SISTEMA ANGLO-SAXÓNICO

SI E SISTEMA ANGLO-SAXÓNICO

Algumas semelhanças e … semelhanças

 

O sistema de metrologia anglo-saxónico, sistema inglês (apesar de não ser há algum tempo o sistema oficial em Inglaterra*), ou sistema imperial, baseia‑se, alicerça‑se e segue, agora, o sistema metrológico SI** – com unidades diferentes, mas com as devidas e respetivas equivalências e padrões SI***.

Por exemplo, o padrão anglo‑saxónico do metro é o do SI; todavia, fixa a polegada**** como a sua unidade de base do comprimento (a unidade de base de comprimento do sistema imperial) em 0,0254 m (duzentos e cinquenta e quatro décimos milésimos do metro)!! Não é uma equivalência, é a fixação (arbitrária, mas respeitando a tradição!) da definição de polegada! Os padrões metrológicos de base do sistema imperial são os do Sistema Internacional de Unidades (SI), fixados com as constantes de proporcionalidade adequadas à tradição anglo‑saxónica.

Além disso, o sistema inglês não parece auto consistente, apresentando diferentes valores para unidades com a mesma designação. Por exemplo, apresenta duas libras (pounds) como unidades de peso: uma com doze (12) onças e outra com dezasseis (16) onças, sendo uma e outra onças diferentes entre si!

(Terá sido por despeito político, complexo de superioridade e isolamento insular que os ingleses não aderiram ao “sistema métrico”, (só) por ter sido proposto pelos franceses, com quem vão criando, transformando ou mantendo disputas várias e de diferentes naturezas.

Contudo, foi mais fácil para Portugal – um país incipientemente industrializado – do que para o Reino Unido que, na altura do estabelecimento do sistema métrico, liderava a Revolução Industrial.)

 

* A passagem (mesmo oficial) do sistema (metrológico) anglo‑saxónico para o SI tem vindo a ocorrer lentamente, por passos aparentemente curtos, embora de modo mais rápido aquando da entrada (já revertida!) do Reino Unido na União Europeia (EU).

 

** O sistema científico – o mundo dos cientistas e afins – anglo-saxónico segue, essencialmente, o sistema metrológico SI.

Contudo, como o sistema científico não é um sistema isolado e fechado, relaciona‑se com os sistemas industrial e comercial, entre outros. Nos países anglo‑saxónicos, que, na prática, continuam a usar o sistema imperial, com alguma regularidade ocorrem enganos e erros, pela mistura de unidades de um e outro sistemas metrológicos, por vezes com consequências muito graves.

 

*** O sistema anglo‑saxónico de agora está alicerçado em algumas unidades de base SI. Algumas unidades anglo‑saxónicas são estabelecidas em termos de constantes de proporcionalidade em relação às correspondentes unidades SI. Assim, a correspondência metrológica tem só um sentido: SI sistema anglo‑saxónico; a correspondência aritmética entre unidades dos dois sistemas tem, evidentemente, dois sentidos.

 

**** Ou a jarda, que é fixada em “0,9144 metros, exatamente”. A jarda tem três pés (3 ft) e um pé tem doze polegadas (12 in). Dividindo 0,9144 m por 36 – uma jarda tem três (3) pés e um pé tem doze (12) polegadas –: 3x12=36 – obtemos para a polegada “0,0254 m, exatamente”.

 

2024-10-31

ÁREAS NOS MÉDIA E ARREDORES

ÁREAS NOS MÉDIA E ARREDORES

Um quadrado com seis metros

 

Quando ouvimos falar de um “quadrado de/com seis metros” – uma expressão ambígua –, não sabemos se quem fala quereria dizer “quadrado de/com seis metros de lado”, ou se, usando uma expressão errada, quereria dizer “quadrado de/com seis metros quadrados”.

Se por aquela expressão se quer dizer “quadrado de seis metros quadrados”, significaria que o lado seria de cerca de 2,45 m (exatamente 61/2, ou 6); se é um quadrado de seis metros (6 m) de lado (quadrado de “seis por seis metros”, ou seis metros por seis metros), ele (o quadrado) terá trinta e seis metros quadrados de área: 6 m × 6 m = 36 m2.

Frequentemente, as grandes áreas relativas, por exemplo, a grandes incêndios, desmatações e inundações, principalmente nos média (ou media, em latim, melhor do que mídia), são expressas comparativamente a, por exemplo, áreas de países, áreas de regiões, ou outras referências, ou bitolas geográficas*.

Também são frequentes as referências à unidade “campo de futebol” – embora os campos de futebol não sejam todos iguais, não constituindo por isso uma unidade consistente – para descrições de, entre outras, culturas agrícolas, de plantações, ou áreas industriais.

De modo idêntico, é corrente citar a unidade “piscina olímpica” quando se deseja referir grandes quantidades de água para uso em instalações industriais, circulação por depósitos específicos de parques e jardins zoológicos, por exemplo.

Não só com áreas e volumes, mas também com outras grandezas: para passar a noção da intensidade de fenómenos como grandes explosões, por exemplo, acidentais, destruições naturais e fenómenos ocasionais de grande intensidade, é frequente a comparação ou equivalência a métricas aparentemente bem estabelecidas, quer mediaticamente, quer popularmente: a destruição causada por explosões e bombas – atómicas – comparáveis às que foram lançadas sobre Hiroshima e sobre Nagasaki, na Segunda Grande Guerra do século XX. (Para este efeito narrativo também é frequente o recurso à unidade “tonelada de TNT”).

Não só os média, mas o falante comum, têm padrões e bitolas pouco metrológicos, sensitivos, a gosto (e, aparentemente, mais úteis).

As “grandes superfícies” (comerciais, entre outras) – uma expressão simbólica – costumam ser referidas, frequentemente, como bitolas, em muitos e variados contextos, embora seja rara a referência às pequenas superfícies (apesar da aparente maior ocorrência destas**).

Na Astronomia e na Cosmologia, tamanhos e pesos são muitas vezes referidos em relação, por exemplo, ao Sol e à Terra conquanto quase ninguém saiba, ainda que indicativamente, os respetivos diâmetros, distâncias relativas, ou tonelagens. (Este último termo, frequentemente, está reservado para capacidade e porte de navios.)

 

* “Já ardeu uma área superior à (da superfície) da Bélgica”; “a inundação atingiu uma área equivalente à do Alentejo”; “ardeu o equivalente a trezentos (300) campos de futebol”

 

** Também é frequente a referência aos termos “hipermercado” e “minimercado”, contudo, há definições legais (com quantificadores) para estas designações.

 

2024-10-24

UTILIDADE DAS MEDIDAS

UTILIDADE DAS MEDIDAS

Medir a utilidade

 

Os instrumentos de medir são, em geral, dispositivos (muito) úteis*.

E as medidas, geralmente, não só são úteis, mas também são necessárias.

Contudo, aparentemente, há medidas mais úteis do que outras.

(As medidas com muito grande incerteza de medição poderão não ter utilidade, isto é, poderão ser pouco úteis, ou inúteis.)

É frequente discutir‑se, por exemplo, a utilidade de um artefacto, de uma ferramenta, ou de um conceito. Temos até, no domínio dos automóveis, por exemplo, os “utilitários”; e, no domínio público, temos as “utilities”, como, entre outras, a água, a eletricidade e o gás.

E o termo Utilitarismo designa domínios de estudo em áreas como, por exemplo, a Filosofia, a Economia e a Política.

Medimos quando temos necessidade (e possibilidade) de conhecer a intensidade de uma grandeza.

Todavia, por exemplo, a medição da diferença de potencial elétrico (voltagem), na rede elétrica de uma empresa, poderá ser mais relevante – ter mais utilidade – do que a medição da quantidade de gordura que a cozinheira – ou o chef – da cantina da empresa põe na sopa.

A utilidade de uma medida feita a palmo**, em casa, cinge‑se ao uso caseiro: a sua utilidade é reduzida e local***. De utilidade caseira são também as medidas caseiras para, por exemplo, a confeção de especialidades culinárias.

Contudo, é muito grande a utilidade das medidas obtidas para confirmar (ou infirmar) teorias científicas.

Ninguém, medianamente culto, equilibrado, civilizado, contestaria a “utilidade” da Metrologia.

 

* Há quem insista em discutir a utilidade, por exemplo, da Filosofia, conquanto a da Teologia não pareça ser questionada.

Úteis são os instrumentos de medir “caseiros”; os instrumentos de medir profissionais – industriais, comerciais e legais, entre outros – são mais do que úteis: são necessários.

.

** Os palmos de cada um de nós são diferentes uns dos outros; além disso, quando usamos a mão para “medir a palmo”, não somos consistentes no modo como esticamos os dedos, orientamos a mão ou a espalmamos. E, mais ainda, “cada mão, cada bitola, cada unidade de medição”.

(As medições caseiras, mesmo quando são feitas com dispositivos industriais, não são publicamente válidas, ou legais; de resto, aqueles mesmos dispositivos vêm sempre acompanhados de nota, ou de informação, de que as medidas obtidas com os mesmos carecem de legalidade.)

 

*** O que é útil para uns, frequentemente, não será (tão) útil para outros.

A “utilidade” é definida (e quantificada, em termos ordinais, não cardinalmente) em várias áreas científicas – por exemplo, em Economia –, porém, com alguma (natural) arbitrariedade. Esta arbitrariedade resulta da subjetividade da função utilidade, das preferências do sujeito relativamente a um conjunto de opções disponíveis (para o mesmo sujeito). Isto é, a função utilidade comporta uma variável temperamental, volúvel, instantânea, do sujeito. Se, por exemplo, para um determinado sujeito, a função utilidade tem o valor 3 para “futebol” e 1 para “andebol”, significa que ele tem preferência pelo futebol relativamente ao andebol.

 

2024-10-17

INÉRCIA CULTURAL METROLÓGICA

INÉRCIA CULTURAL METROLÓGICA

Custos, tradição e impertinência

 

“O mercúrio subiu aos 17º ”; “o grau Kelvin”; “temperatura máxima para hoje: 25º centígrados”, são expressões metrológicas semelhantes a outras muito correntes e da mesma qualidade.

A racionalização, cientificação e a uniformização da Metrologia, a par da legitimação, responsabilização e controlo metrológicos por parte das autoridades dos países aderentes ao SI, e dos seus órgãos dedicados à Metrologia, constituem as bases da aceitação, globalização e confiança no mesmo SI.

Nenhum sistema – mesmo os sistemas da Natureza – é estático, fixo e invariante; e, por maioria de razão, os sistemas humanos – como os sistemas metrológicos – são dinâmicos, variáveis e mutáveis, ora contínua e lentamente, ora por impulsos, ou saltos.

Sobretudo no passado, muitos países legislavam sobre unidades, padrões e responsabilidades metrológicas, mas, frequentemente, por deficiente e incipiente organização, incompletude e inconsistência sistémica, e por falta de meios administrativos, de meios técnicos e de controlo (humanos, metodológicos e tecnológicos), não havia mudanças reais, evolução e progressos bastantes na comunidade fazendo com que as leis (sobre Metrologia, entre outras) permanecessem “letra‑morta”.

Nesses tempos, não era fácil dimensionar os organismos de controlo e supervisão, por impreparação, pela baixa prioridade da temática relativamente a outros problemas existentes, e pela oposição dos interessados, através da incúria, distorção e sabotagem de leis, regras e procedimentos (metrológicos) e, evidentemente, das capturas corporativas do sistema metrológico nacional pelos interessados.

Hoje, na maioria dos países, as leis – incluindo as do âmbito da Metrologia – são de cumprimento obrigatório, incontornável e universal, para além da perceção generalizada de que, na sua maioria, são justas, necessárias e tendem a melhorar as relações entre pessoas, empresas e organismos públicos.

Um detalhe não despiciendo é o da existência de órgãos (nacionais e internacionais) capazes de fazerem cumprir as disposições normativas.

Todavia, as alterações metrológicas não são simples, nem rápidas, nem isentas de custos, embora a evolução e a tendência tenham sido sempre no sentido da simplificação, transparência, menor risco e maior segurança do freguês, do destinatário, geralmente o comprador, já que as necessidades científicas, técnicas e legais parecem mais autónomas.

O litro (L) – uma unidade de capacidade –, definido originalmente como o volume de um quilograma de água a (cerca de) quatro graus Celsius (4 °C), desde há algumas dezenas de anos, passou a ser equivalente ao decímetro cúbico (dm3), uma unidade SI de volume. Com esta equivalência, o litro sofreu uma contração de intensidade, ou tamanho! Por que não banir o termo “litro” *? (O “litro” é uma tradição!)

Em muitas embalagens de líquidos, a capacidade é expressa, umas vezes em unidades de capacidade (por exemplo, litro e seus submúltiplos), outras em unidades de volume, por exemplo, centímetros cúbicos, ou milímetros cúbicos, e não em centilitros, ou mililitros**.

 

* Apesar da substituição – há algumas dezenas de anos! – da designação “grau centígrado” pela designação “grau Celsius”, ela continua a ser usada.

Coisa idêntica ocorre com o “kelvin” (com k minúsculo), símbolo, K (K maiúsculo), que, frequentemente, é designado por “grau Kelvin”.

 

** Recentemente, algumas entidades revelaram que as faturas da água passariam a indicar o consumo diário em litros (L) para que os consumidores sintam e percebam os valores faturados e, eventualmente, os consumos excessivos. Todavia, os preçários e os consumos mensais são feitos na base do metro cúbico SI (m3), uma unidade mil vezes maior do que o litro.

 

2024-10-10

EQUILÍBRIOS E METROLOGIA

EQUILÍBRIOS E METROLOGIA

Medidas, equilíbrios e normas

 

Em geral, e, por exemplo, entre cientistas, gestores e engenheiros, os estudos, análises e processos têm por fundamento e objetivo o equilíbrio de sistemas – qualquer sistema –, nomeadamente, que estejam, cada um por si, em equilíbrio estático, ou equilíbrio dinâmico, ou equilíbrio químico, ou equilíbrio térmico, ou equilíbrio económico, financeiro, social, ou político, entre outros equilíbrios: cada sistema com seus equilíbrios.

Há sistemas, como, por exemplo, o corpo humano, que se querem bem equilibrados, em equilíbrio dinâmico (em todos os sentidos), como convém aos sistemas vivos; e, aparentemente, o sistema homeostático encarregar‑se‑ia de alguns desses equilíbrios, no corpo humano, e em seres vivos.

(O equilíbrio estático é sobretudo característico dos sistemas mortos, inertes, imóveis, ainda que, por vezes, úteis: uma ponte, um edifício, uma barragem.)*.

É frequente os organismos de alguns de nós terem falta de cálcio; a outros falta ferro e a outros ainda, por exemplo, falta zinco, para citar só alguns metais. (Outros organismos terão excesso de alguns fatores: açúcar, colesterol ou potássio, por exemplo.)

Qualquer especialista, por exemplo, em nutricionismo – mas não só –, facilmente nos diagnosticaria, após medição (?), falta de vitaminas várias, e até falta de metais que alguns de nós desconhecíamos – o selénio, por exemplo –, e fibra, para não falar de outros que vão surgindo na cultura mediática, porque eram desconhecidos, ou porque os especialistas já aprenderam mais um pouco.

Quem diz falta, ou deficiência, diz excesso, e por este (excesso), e aquela (falta), ocorrem desequilíbrios (sintomáticos, ou não) que os especialistas geralmente entendem dever ser (artificialmente) corrigidos.

Há tanta coisa para medir no nosso organismo!** E quanto mais tecnologias e sistemas metrológicos estiverem disponíveis tantas mais necessidades de medição surgirão!

Um conjunto de pessoas, aparentemente saudáveis, revelam ter determinados valores (normais) de várias grandezas tais como, pressão arterial, taxa de magnésio, vitamina D e tantos outros valores normais de outras tantas grandezas; e em consonância com estas situações, paulatinamente, vão sendo criados padrões e bitolas para servirem de referência a todas as outras pessoas.

Doenças, desconfortos e disfunções orgânicas são frequente e pretensamente rastreáveis a algum, ou alguns desvios de valores de grandezas fisiológicas de referência; e somos irremediavelmente ligados a uma longa lista de valores normais, valores saudáveis, valores obrigatórios: ditadura das medidas e das especificações? (Aparentemente, algumas cirurgias consistiriam em correções com vista a formas padrão.)

 

* No Universo parece que tudo mexe, apesar das “constantes universais”. Quando algo nos parece parado, descobrimos que é arrastado nos movimentos de rotação, translação e precessão da Terra, e ainda no movimento da nossa galáxia a afastar-se de quase todas as outras galáxias. E quando não são as entidades cósmicas, são as partículas atómicas e subatómicas que vivem e fervilham em frenesim. Mesmo nos mortos, as partículas elementares não param!

 

** E quando são feitas medições, em geral não nos comunicam as medidas; a maior parte dos dados e informação relativos aos nossos corpos e suas partes não são do nosso conhecimento: estão registados em bases, arquivos e documentos que não estão disponíveis e muito menos nos são acessíveis, mesmo sendo o paciente, legalmente, o dono dos dados. E quando, excecionalmente, acedemos a essas medidas, não as percebemos por, por exemplo, desconhecermos a sua encriptação ou não compreendermos as unidades em que são expressas.

 

2024-10-03

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