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Medidas e medições para todos

Crónicas de reflexão sobre medidas e medições. Histórias quase banais sobre temas metrológicos. Ignorância, erros e menosprezo metrológicos correntes.

Medidas e medições para todos

Crónicas de reflexão sobre medidas e medições. Histórias quase banais sobre temas metrológicos. Ignorância, erros e menosprezo metrológicos correntes.

CUSTOS DAS MEDIÇÕES

CUSTOS DAS MEDIÇÕES

Quanto custa medir?

 

A saúde não tem preço, mas tem custos.

A medição também tem custos e poderá ter preço se for um serviço oferecido, disponibilizado no mercado.

Em muitos hiper- e supermercados há funcionários dedicados às pesagens, há balanças, há custos de funcionamento e de manutenção das balanças e outros recursos hipotecados às pesagens: as pesagens têm custos.

Em alguns hiper- e supermercados as pesagens são feitas nas “caixas”, antes do pagamento, mas a “caixa” está provida com balança e o tempo da pesagem soma-se ao tempo total do apuramento do débito do cliente: tem custos. Sem pesagens, o dispositivo da “caixa” dispensaria a balança e seriam necessários menos operadores de “caixa”.

Todas as atividades têm custos. Mesmo as atividades que levamos a cabo em casa e que não são remuneradas diretamente: são, tecnicamente, custos de oportunidade.

Não há coisa alguma grátis: o que parece ser grátis para nós é geralmente pago, em espécie ou género, por outrem, ou outros.

Nas medições, por exemplo, os instrumentos, os agentes que medem e os consumíveis envolvidos implicam custos.

Medir é tanto mais caro quanto mais caro for, entre outros fatores, o sistema de medição, quanto mais especializado for o metrólogo, quanto mais tempo demorar a medição, ou medições, ou quanto maior for o número de repetições para a obtenção de uma medida.

Medir com aproximação ao micrómetro (µm) é mais caro do que medir ao centímetro (cm). Medir com pequena incerteza, quando esta poderia ser maior, é desperdiçar recursos metrológicos e encarecer operações que poderiam ser feitas de modo economicamente mais eficiente.

Embora o metrologista, aparentemente, não acrescente valor ao produto que é medido – o produto continua com as mesmas características, nada se altera no produto depois de medido –, não se pode dispensar o controlo metrológico. Uma medição, numa fábrica, não acrescenta nenhum pormenor ou característica física à peça e, nesse sentido, parece não acrescentar valor. Uma peça medida tem o mesmo aspeto de antes da medição. Contudo, podemos acrescentar-lhe uma etiqueta, um certificado, com a informação de que passou no controlo, ou se mostrou conforme com as especificações.

A medição de uma peça não a altera fisicamente – não lhe acrescenta valor – mas, se não estiver em conformidade, ou, se não estiver conforme, poderá exigir a sua alienação, evitando avarias, ocorrências não esperadas e acidentes.

Uma peça não medida, não verificada, tem associada uma insegurança, uma probabilidade de inconformidade.

Por outro lado, uma medição deverá ser economicamente eficiente: a incerteza deverá ser tão grande quanto admissível, ou aceitável, e os recursos metrológicos do mais baixo custo possível.

Medir com régua simples é mais barato e mais rápido do que medir com micrómetro (instrumento), ainda que com a régua a incerteza seja maior do que com um micrómetro (instrumento).

 

2016-12-01

 

 

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